A penúltima sessão moderada por Bronwyn Nielsen, no último dia do 6° Fórum Brasil África, contou com a abertura e participação de Baffour Agyeman-Dual, CEO da Fundação John A. Kufor; de Jonathan Starr, Fundador e Diretor Emérito da Abaarso School of Science and Technology; Oley Dibba-Wadda, Diretora de Desenvolvimento do Capital Humano, Juventude e Habilidades do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB); Tabata Amaral, Cientista Política e Débora Bais, Especialista Sênior da Confederação Nacional da Indústria.
Jonathan Starr discorreu sobre a importância de identificar e focar nas diferentes personalidades dos alunos escolares, visando os diversos pensamentos críticos e habilidades de cada aluno individualmente. “O que nós fazemos de diferente é investir profundamente em cada uma dessas personalidades, isso faz com que tenhamos uma educação mais ampla”, contou. Segundo o Diretor, é preciso dar ferramentas para que as crianças possam seguir adiante no aprendizado.
Como mentora de vários jovens, Oley Dibba-Wadda afirmou que pôde perceber que é possível encontrar um estudante brilhante que apresenta falta de confiança para falar e se engajar. Por isso, é importante desenvolver essas habilidades de pensamento crítico e habilidade de resolução de problemas. “Nesse momento, no continente africano, há 12 milhões de jovens desempregados. Não é sobre ir à escola e ter um diploma. O que precisamos é que esses jovens, com certificado ou não, tornem-se empresários e comecem a criar trabalhos”, pontuou.
Dibba-Wadda lembrou que o Banco Africano de Desenvolvimento tem diferentes pontos de abordagem e um deles é reservado à oferta de recurso financeiro para a juventude, a fim de que possam criar novas oportunidades.
Tabata Amaral, Cientista Política, declarou que é essencial ensinar aos estudantes como tornarem-se resilientes e motivados, além de fortalecer o trabalho em equipe. De acordo com a profissional, a juventude deixa o ensino médio sem chance real de emprego e isso se assemelha às realidades de diversos países da África.
“Os jovens não querem mais ir para o ensino médio porque o emprego está difícil, eles saem de lá sem sonhos. Estão gritando e dizendo: não sei por que eu devo continuar estudando já que não há valor nisso”, questionou. Tabata Amaral acredita que é preciso ter uma coalizão supranacional entre os países que sofrem desigualdades, para que juntos possam discutir e resolver esses problemas.
Débora Bais, Especialista Sênior da Confederação Nacional da Indústria, trouxe à discussão o exemplo do Senai, que trata o jovem no mercado de trabalho não só na fase adulta, mas também durante o ensino médio. “Desde 1942 conseguimos profissionalizar mais de 71 milhões de jovens no Brasil. Normalmente, o indivíduo já sai do ensino médio com emprego garantido ou com uma melhor chance de se colocar no mercado”, afirmou.
Para Baffour Agyema-Duah, CEO da Fundação John A. Kufor, a educação é a única ferramenta capaz de preparar os jovens para a vida e fazer com que eles sejam completos. Ele ressaltou que uma das coisas que se deve levar para a sala de aula é a maneira como o jovem deve se relacionar com a sociedade. “A educação deve ser mais do que dar informação, mas ter a vida em harmonia com sua total existência”.
Agyema-Duah falou ainda sobre a importância de apoiar empresários jovens e garantir que suas empresas ultrapassem as dificuldades dos cinco primeiros anos, para que depois consigam expandir. “Nosso objetivo é ajudá-los a sobreviver”, finalizou.
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