O Presidente do Conselho Consultivo da Câmara de Comércio Africa-Sudeste Asiático, Paulo Gomes, abriu a última sessão do 6° Fórum Brasil África, nesta quinta-feira (23), destacando o poder das Agendas 2030 e 2063 para o desenvolvimento de uma África estável e próspera. Ele também aproveitou a oportunidade para mencionar um projeto do presidente de Gana, chamado “O Ano do Retorno”.
“Em 2019, o presidente de Gana quer fazer ‘O Ano do Retorno’. Vamos pedir a todos os afro descendentes retornarem à África para que possamos fazer negócios”, anunciou Gomes.
A sessão, mediada por Bronwyn Nielsen, também foi composta por Helder da Costa, Secretário Geral do g7+; Azhari Gasim Ahmed, Economista Líder e Líder da Equipe de Mobilização de Recursos do Islamic Solidarity Fund for Development (ISFD) e Georgina Benrós de Mello, Diretora Geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Helder da Costa deu início ao debate e também citou a importância da Agenda 2030 sob o ponto de vista dos países membros do g7+. Segundo ele, fazer parte da Cooperação Sul-Sul é essencial, especialmente se as relações entre os países são baseados na confiança. “A nossa parceria precisa ser feita a nível local, regional e global. Nesse contexto fomos convidados para vir aqui [ao Fórum Brasil África]. Precisamos encontrar algo em comum para o benefício das pessoas”, reforçou Costa.
Helder da Costa acredita que fronteiras que dificultam a mobilidade de pessoas e serviços ao redor do mundo deveriam ser eliminadas. “Se a gente quer aumentar a mobilidade das pessoas, devemos investir na vida das pessoas. As pessoas são marginalizadas na África. 80% dos africanos estão indo para outros países e precisamos falar disso”, ressaltou.
Sobre as parcerias entre os países, Azhari Gasim Ahmed argumentou que, sem elas, nenhum dos objetivos desejados é atingido. “A parceria é parte da Agenda 2030. Precisamos criar uma comissão para desenvolver um grupo de parcerias sustentáveis, porque esse é o princípio do compromisso entre os países”, analisou.
Ainda falando de parcerias, Georgina Benrós de Mello citou a relação entre os países de língua portuguesa, especialmente no que diz respeito à economia e ao empreendedorismo.
“Os nossos países têm relações importantes em termos de economia. Estamos muito conectados pelo empreendedorismo. No entanto, entre nós, comunidade, menos de 2% faz em termos de relações comunitárias. O potencial é imenso e temos muito que fazer. Precisa desenvolver o aparelho econômico, produtivo. Melhorar a qualidade das nossas instituições, que são essenciais, e estamos trabalhando nisso”, disse a Diretora Geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Paulo Gomes reforçou o papel do Brasil no que diz respeito à contribuição a outros países. “O que o Brasil pode fazer por outros países? Acredito que pode fazer muito pela agricultura, pode investir em logística para aumentar a nossa produção, e temos que fazer isso agora, estabelecer essas empresas”.
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