Sob mediação do jornalista da RTP África João Rosário, o início da tarde da quinta-feira (22) foi marcado pela plenária de ações transformadoras para garantir o desenvolvimento local das comunidades. O painel contou com a participação de Ashif Juma, CEO da AG-Dangote; Nthabiseng Legoete, fundadora da Quali Health; Zinhle Mncube, Gerente de Industrialização da Knowledge Pele; Emmanuel Azhigri, CEO da Youth National Authority e Fábya dos Reis Santos, Secretária da Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia.
Nthabiseng Legoete, fundadora da Quali Health, destacou os importantes avanços na saúde da população das comunidades sul africanas onde oferece assistência de qualidade, resultando no fortalecimento da economia local. “As pessoas merecem uma forma de cuidado efetiva. Quando elas podem acessar a saúde, conseguem ser mais produtivas. Se não têm esse acesso, não poderão contribuir com a economia. Então, quando você faz com que alguém volte a ser produtivo, ele irá retornar à sociedade. Isso tem um efeito no crescimento do país, da sua economia e sustentabilidade”. Sobre o controle da natalidade, Nthabiseng Legoete pontuou que é preciso trabalhar na educação, melhorar a qualidade dos serviços e fazer com que os mesmos sejam acessados de forma mais rápidas e simples. A Quali Health trabalha no embate contra a natalidade prevendo o futuro das mulheres através do empoderamento, da autonomia e da auto-responsabilidade.
Contribuindo com o debate sobre o controle da natalidade, Ashif Juma, CEO da empresa de construção e infra-estrutura AG Dangote, acrescentou informações sobre o nível de crescimento existente no continente africano, evidenciando a incapacidade de infra-estrutura e de investimentos para suportar estes números. Para Juma, este papel fundamental cabe à África, que deve investir na mídia e na educação das mulheres, criando oportunidades de poder para que um dia possam governar os seus territórios. “Estou convencido de que a mulher é muito mais assertiva e devota ao seu país do que o homem. A partir deste acesso ao espaço de gestão, a África poderá se desenvolver ainda mais”, completou.
Trazendo a discussão para a realidade da África Subsaariana, Zinhle Mncube, Gerente de Industrialização da Knowledge Pele, considerou a necessidade da eletricidade como uma ferramenta vital. Para ele, sem eletricidade não é possível produzir e nem sequer oferecer saúde à população, pois a carência de energia elétrica evita avanços econômicos na oferta da saúde básica. Mncube assegurou que desafio é investir no lado social que possa contribuir criando uma comunidade economicamente sustentável.
CEO da Youth National Authority, Emmanuel Azhigri falou sobre a importância do mercado e da agricultura no Brasil, principalmente como exemplos para a juventude. Para o gestor, é imprescindível oferecer as ferramentas corretas para que os jovens possam se desenvolver em suas áreas de trabalho.
Finalizando a sessão, a Secretária da Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Fábya dos Reis Santos, falou sobre o programa do Governo Estadual feito para a população negra e os povos tradicionais dos territórios baianos. “O Estado da Bahia tem 750 quilombos certificados e, a partir disso, temos uma presença de população indígena de diferentes etnias, além das populações tradicionais, marisqueiras, pescadores, entre outros. Nós somos a única secretaria estadual com esse status em todo o país, isso é um desafio no campo das articulações e de gestão”, assegurou. Segundo a gestora pública, o estado da Bahia é o único do Brasil que assinou e pactuou com o tratado da ONU, aderindo à Década Internacional de Povos Afrodescendentes, programa de atividades que coopera com o pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de cidadãos afrodescendentes.
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