Nobel de Economia, Prof. Michael Kremer se diz entusiasmado com troca de experiências entre projetos digitais de agricultura na África e na América Latina

Há mais de 20 anos, o economista norte-americano Michael Kremer tem se dedicado ao desenvolvimento de novas formas de estudo para ajudar as pessoas mais pobres do planeta. A abordagem experimental do tema fez com que o economista fosse laureado como o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas em 2019.

Kremer, que é professor de Sociedades em Desenvolvimento na Universidade de Harvard, deverá compartilhar sua experiência durante o Fórum Brasil África 2020.  Nos últimos anos, ele tem focado no desenvolvimento de mecanismos para aumentar a eficiência de pequenos produtores rurais em países da África e da Ásia.

“Conduzi uma série de estudos sobre extensões agrícolas digitais, fornecendo aconselhamento agrícola para agricultores por meio de celulares. Também co-fundei uma ONG, a Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento (PAD), que fornece recursos agrícolas digitais. No passado, a PAD trabalhou principalmente em países da África e do sul da Ásia. No entanto, estamos expandindo para o Brasil e outros países da América Latina. É por isso que estou animado com a perspectiva de ter projetos no Brasil e na África aprendendo uns com os outros”, afirma o economista.

Prof. Kremer também está engajado em discussões para a criação de uma vacina eficiente contra o coronavírus. Ele vem participando de debates não apenas sobre investimentos, mas também sobre distribuição e garantia de acesso à vacina para as pessoas de baixa renda de países subdesenvolvidos.

De acordo com sua análise, a pandemia de COVID-19 causou perdas econômicas de US$ 375 bilhões mensais. Nesse contexto, quanto mais cedo uma vacina for criada, menos efeitos econômicos negativos serão sentidos.

Números alarmantes

Mais de 700 milhões de pessoas ainda vivem com rendimentos extremamente baixos. Anualmente, cerca de 5 milhões de crianças com menos de cinco anos ainda morrem de doenças que muitas vezes poderiam ter sido prevenidas ou curadas com tratamentos baratos.