Desafio comum do continente africano: levar tecnologia e energia alternativa às aldeias para evitar o êxodo rural
O continente africano é formado por 54 países, com diferentes realidades econômicas e agrícolas. Mas a maioria desses locais enfrenta o mesmo desafio: como levar novas tecnologias e diferentes tipos de suprimento de energia ecológica para os campos agrícolas, a fim de evitar o despovoamento prematuro dos jovens rurais.
Este foi o principal assunto discutido durante o segundo painel, chamado “Incorporando modelos inovadores de agroenergia na produção e processamento de alimentos”, do Fórum Brasil África 2019. Participou nesta sessão o Sr. Yemi Akinbamijo, Diretor Executivo do FARA (Fórum de Agricultura) Pesquisa na África), Sra. Ananga Messina, Ministra Delegada Responsável pelo Desenvolvimento Rural da República dos Camarões, Sr. Pedro Rodrigues de Almeida, da Philip Morris Tobacco Company, e Sr. Mcebisi Skwatsha, Vice-Ministro da Agricultura da África do Sul.
Tomando o exemplo da África do Sul, o vice-ministro explicou que a idade média dos pequenos agricultores no país é de 60 a 65 anos. Quando perguntados sobre como pretendem manter seus filhos e filhas na atividade agrícola, a resposta foi que eles não farão isso. Eles querem ver seus filhos longe das aldeias. Na opinião do vice-ministro, essa é uma ameaça real à produção futura de alimentos.
A segunda questão apontada pelo vice-ministro é como investir para tornar o produto mais competitivo e alcançar o mercado. Ele afirmou que é urgente investir em fontes alternativas de energia, como a energia solar, e levar isso aos produtores de alimentos.
A vice-ministra da República dos Camarões, Sra. Ananga Messina, compartilha da mesma opinião e explica que o país investiu no fornecimento de energia hidrelétrica nos últimos sete anos, mas reforçou que o resultado desse esforço levará algum tempo para vir acima. Segundo a Sra. Messina, outra questão em seu país é a falta de investimento em tecnologia. Por isso, grande parte da produção é perdida durante a colheita.
Por outro lado, o Sr. Yemi Akinbamijo, Diretor Executivo do FARA (Fórum de Pesquisa Agrícola da África), disse que havia um compromisso entre os países africanos de investir 1% do seu PIB em pesquisa, visando a geração de energia. Mas, na verdade, a média do investimento atual é de cerca de 0,5%.
O Sr. Pedro Rodrigues, de Phillip Morris, disse que o setor privado tem uma visão de que o desenvolvimento da agricultura no continente africano é uma discussão transfronteiriça e deve estar vinculado a uma sólida política regulatória. Ele também trouxe um caso brasileiro como exemplo, em que os produtores de tabaco recrutam jovens para a vida rural através da diversificação da plantação, além do tabaco. Agora, eles também estão produzindo alimentos em suas pequenas propriedades.
A 7ª edição do Fórum Brasil África, realizada em São Paulo, nos dias 12 e 13 de novembro, apresentou o tema principal “Segurança alimentar: caminho para o crescimento econômico”. Durante o evento, cerca de 300 representantes de governos, setor privado, academia e possíveis investidores trocaram experiências, discutiram oportunidades valiosas e também divulgaram um vasto conhecimento relacionado a possíveis soluções para a erradicação da fome, além da promoção do desenvolvimento sustentável no Brasil e nos países da América Latina. o continente africano.